Por Hamilton G. P. Mendes
A obrigatoriedade de aparelhos Desfibriladores Externos Automáticos – DEA, em locais com alta concentração de pessoas, como shopping centers, estádios de futebol, hotéis, hipermercados, supermercados, casas de espetáculo e espaços de trabalho, motivou a vereadora Juliana Damus (PP) a apoiar, através de requerimento enviado por ela, em dezembro de 2008, o projeto de lei nº. 499/2008, de autoria do deputado estadual, Olimpio Gomes, que tramita na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.
De acordo com o texto do projeto, todos os locais acima citados devem ser obrigados a manter em suas instalações desfibriladores elétricos e automáticos, em áreas de fácil acesso. “Trata-se de uma medida simples, mas que pode ser salvar vidas diante de uma situação de enfarte ou parada cardíaca”, explica a vereadora. Que lembra um fato recente ocorrido na cidade, quando uma pessoa sofreu um problema do tipo em uma agencia bancária e veio a falecer horas depois.
O desfibrilador é um aparelho que, por meio de choques elétricos, pode fazer voltar a bater o coração que tenha sofrido parada cardiorrespiratória. E, de acordo com o que sugere a vereadora em seu requerimento, estariam obrigados a dispor de desfibriladores estabelecimentos de Araraquara que tenham mais de mil e quinhentas pessoas concentradas ou aqueles nos quais haja circulação média do mesmo número de pessoas por dia.
A legislação também abrangeria clubes e academias com mais de mil sócios e instituições financeiras e escolas com concentração ou circulação média diária com mais de 1.500 pessoas. “O objetivo é criar condições para o uso do aparelho desfibrilador em até cinco minutos após a ocorrência de um problema coronário”, explica Juliana.
A vereadora ressaltou ainda que a vantagem do desfibrilador automático é que, depois de acoplado ao tórax do paciente por meio de eletrodos (cabos), o aparelho identifica se há necessidade de aplicar o choque ou não. "O aparelho é automático e checa a condição da pessoa. Se o coração parou, ele pode voltar a bater depois do procedimento", disse.
“O desfibrilador salva vidas porque o tempo de espera por uma equipe médica de urgência pode ser fatal. Porque, diante de uma parada cardíaca, os médicos têm um prazo de cinco a seis minutos para reverter o quadro. Caso o desfibrilador esteja disponível no local da ocorrência, basta alguém providenciar o aparelho, aplicar o choque e o coração volta a bater", salientou, lembrando que o desfibrilador é de fácil manuseio, mesmo por leigos.
“Digo isso, porque o aparelho a que me refiro é o automático, pois os aparelhos manuais são de uso exclusivo dos médicos. Outro ponto importante é que ele seja instalado externamente, e tenha uso facilitado, enquanto a equipe de emergência chega ao local de atendimento. Seria como utilizar um equipamento de incêndio, em que a pessoa quebra o vidro e imediatamente usa a mangueira ou o extintor para apagar o fogo, enquanto os bombeiros não chegam", comparou Juliana.
A vereadora, no entanto, ressalta que o uso do aparelho por leigos aconteceria apenas em casos e extrema urgência. “Minha sugestão é que os locais mantenham uma equipe terceirizada, cadastrada no órgão de vigilância sanitária e com profissionais habilitados para manusear o desfibrilador”, disse.
O requerimento que trata do tema foi enviado às lideranças partidárias da Assembléia Legislativa e às principais Câmaras Municipais do Estado de São Paulo. Juliana está confiante de que os resultados da solicitação venham a ser positivas. “Creio que seria uma garantia a mais para a saúde das pessoas”, concluiu.