Por Hamilton G. P. Mendes
O risco de degradação de uma grande área de mata virgem situada nos fundos da sede da Associação Desportiva da Polícia Militar (ADPM) de Araraquara, situada entre os Jardins Iguatemi e De Santi, vem preocupando a direção do clube nos últimos tempos, que na busca de uma solução para o problema, procurou a vereadora Juliana Damus (PP) e solicitou sua visita ao local.
A ADMP é um clube criado originariamente para os policiais militares da cidade – sua estrutura foi totalmente construída por membros da corporação -, mas, já há tempos, aceita civis em seus quadros. Com um corpo associativo girando em torno de 400 famílias a direção da entidade busca firmar uma parceria com o município, que poderia utilizar suas dependências – através da Fundesport e mediante alguma contrapartida – para implantar escolinhas de esporte e outras atividades voltadas às populações das regiões do entorno do clube.
Dotado de um grande Ginásio de Esportes, campos de futebol, quadras, áreas de lazer e um amplo salão de festas e eventos, a ADPM conta ainda; na área localizada no fundo de suas instalações, com uma enorme mata virgem, que ultimamente vem sofrendo com ações de moradores e comerciantes daquela região da cidade. E as intervenções são muitas. “A situação nos preocupa porque quando os policiais começaram a construir o clube havia até onça nessa mata. Hoje, até os animais de pequeno porte estão desaparecendo”, explicou Ceres da Silva Franco, presidente da ADPM.
Ao seu lado, o diretor de patrimônio do clube, Rogério Martins, chamava a atenção para a real possibilidade de desmatamento do lugar. “Se não agirmos rapidamente vamos perder esse lugar, que é um verdadeiro pulmão para os bairros da região”, disse.
Pouco depois, os diretores da ADPM acompanharam o secretário e a vereadora para uma vistoria no entorno da mata, e muitas ações de destruição foram encontradas. Apenas para se ter uma idéia, em uma rápida volta pelo local, à vereadora, acompanhada do secretário do Meio Ambiente, Gene Catanozzi, se depararam com muito lixo jogado ao pé das árvores e no interior da vegetação – o que começa a ‘matar’ as plantas e o verde daqueles lugares.
Juliana e Gene também encontraram um veículo abandonado no interior da mata, um ‘estacionamento’ aberto por um proprietário de bar, no Victorio De Santi, que para obter a ‘comodidade’ para seus clientes derrubou árvores que lá estavam há muitos anos.
A maior surpresa que os dois tiveram, no entanto, aconteceu justamente no final da visita, quando eles encontraram uma enorme clareira nas proximidades da rua localizada exatamente atrás da ADPM, onde um morador, depois de arrancar inúmeras árvores, instalou mesas fixas de madeira no terreno, uma geladeira (velha), um forno de barro – para assar carnes e outros -, um fogão, além de telhas empilhadas para cercar e delimitar o local, e inúmeras cadeiras – para acomodar seus freqüentadores.
Diante daquela visão, Juliana e Gene desceram do veículo e passaram a vistoriar o lugar, momento em que uma mulher, moradora na residência situada bem em frente ao “estabelecimento”, surgiu na rua e anunciou que tudo o que estava ali era obra de seu marido. “Meu marido está doente e construiu esse lugar para se distrair. Isso era mato fechado, ele limpou tudo, deixou bonito, faz pratos no forno e fica aí com os amigos jogando baralho e matando o tempo”, explicou.
A mulher ficou surpresa quando Juliana e Gene anunciaram que o homem não poderia ter derrubado as árvores. “Não sei se o local é uma reserva ambiental. Vamos fazer o levantamento no Daae e depois tomar as atitudes necessárias”, afirmou Gene.