Por Hamilton G. P. Mendes
Na época, de acordo com registros existentes na Secretaria de Trânsito, a Prefeitura emplacou 165 carroças. O problema, no entanto, é que não houve a continuidade dos trabalhos e até os dias de hoje não se sabe ao certo onde foram parar esses animais. Outra questão envolvendo o emplacamento de carroças na cidade é aquela onde a Prefeitura solicitou, a uma associação ligada ao setor, um levantamento sobre o número de veículos animais existentes em Araraquara.
Tempos depois, a entidade apresentou um relatório onde se dizia que a cidade contava com 500 carroceiros, número muito acima do que se esperava. Logo depois, a associação acabou assumindo a responsabilidade de cadastrar e emplacar as carroças de Araraquara, mas o tempo passou e nunca mais se falou sobre o assunto.
Agora, três anos depois, a vereadora Juliana Damus (PP) tomou a iniciativa de dar ciência do programa a atual administração, chamando a atenção para a necessidade de se recadastrar os carroceiros que ainda operam na cidade. A preocupação de Juliana se justifica, porque na 1ª etapa do programa, em 2006, 115 carroceiros se cadastraram, mas só 50 participaram do curso de um dia, aplicado na sede da Guarda Municipal. “Precisamos fazer um recadastramento dos carroceiros e dos animais existentes na cidade. Só assim saberemos qual o trabalho teremos pela frente”, ressaltou a vereadora.
No programa, os carroceiros recebem informações sobre o Código de Trânsito Brasileiro, sobre os locais onde as carroças não podem trafegar e quanto às obrigações de como tratar seus animais. Tudo isso, além de tomarem ciência quanto às infrações a que estão sujeitos. Além disso, as carroças recebem emplacamento, pintura no varal e adesivos refletivos e o condutor um colete também refletivo.
Reunião
Depois da primeira reunião sobre o assunto que contou com a presença do coordenar do Meio Ambiente, Gene Catanozzi, Juliana agendou uma reunião com o prefeito municipal, Marcelo Barbieri (PMDB), ocasião em que o chefe do Executivo decidiria se o programa deveria ser novamente implantado ou não.
E o encontro aconteceu na sexta-feira (31), na sala de reuniões do 6º andar do Paço Municipal. Estiveram presentes, além do prefeito, Marcelo Barbieri e da vereadora Juliana Damus, o Cel. Carrera, o gestor do Centro de Controle de Zoonoses; Toni Émerson Alves de Souza, a presidente da Associação Araraquarense de Proteção dos Animais, Adriana Matos e o coordenador da Vigilância, Rafael Dosualdo.
Depois de muita discussão, o prefeito Marcelo Barbieri decidiu que o programa será implementado este ano, mas solicitou a todos os setores envolvidos um levantamento completo da realidade do município quanto as carroças, aos carroceiros e aos animais. Marcelo considera fundamental saber quantos veículos com tração animal existem hoje em Araraquara, e sugeriu a realização de um mutirão envolvendo os diversos órgãos da Prefeitura envolvidos no processo, para viabilizar a realização de um recadastramento das carroças que operam na cidade.
“Estou muito satisfeita com os resultados da reunião. Sabemos que o programa é muito importante para a cidade, mas também sabemos que sua aplicação não é uma tarefa simples. O mais importante, porém, é que o prefeito entendeu a profundidade do tema e ‘comprou’ a idéia. O simples fato de se pensar nos mínimos detalhes, como no caso de se fazer um recadastramento antes de implementar o programa, é uma clara demonstração de organização. Tenho certeza que agora tudo vai funcionar direito”, assegurou Juliana.