Por Hamilton G. P. Mendes
Depois de uma iniciativa pioneira no País, a cidade de São Paulo tornou-se o primeiro município brasileiro a implantar uma corporação militar feminina, a “Polícia Feminina de São Paulo”. No inicio das atividades, apenas treze policiais integravam a Tropa, sendo que na segunda turma, formaram-se vinte e duas jovens. Todas, direcionadas – como as treze anteriores -, ao trato com mulheres e crianças.
A segunda turma, na realidade, acabou se constituindo na primeira a se expor fardada pelas ruas de São Paulo. Vivia-se a transição entre os anos 50 e 60, e o idealista da Corporação, o então governador do Estado e futuro presidente da República, Jânio Quadros, não escondia o orgulho das “meninas de azul”, garbosas duplas denominadas “Marta e Maria”.
Na época, a comandante do grupo, doutora Hilda Macedo, baixou uma orientação que era seguida a risca pelas pioneiras moças da corporação, que se resumia a; “Atitude serena, porém altiva e resoluta”. A doutora Hilda era uma figura marcante no cenário jurídico e policial de nosso país, e faleceu em meados dos anos 80.
O tempo passou, a Policia Militar do Estado de São Paulo adotou o modelo implantado pelos militares paulistanos e a corporação passou a incorporar mulheres em sua tropa. Em Araraquara, o 13º Batalhão recebeu seu primeiro contingente, 21 anos atrás, em 1988, e a comemoração da data se deu no último dia 13 de abril, dia em que relembrou os marcantes serviços prestados pela Polícia Militar Feminina do Estado, em Araraquara.
Ativa militante das causas da Policia Militar local, a vereadora Juliana Damus (PP) apresentou um Requerimento na Câmara Municipal, onde lembra o rompimento de barreiras e preconceitos alcançados pelas policiais femininas, demonstrando que homens e mulheres podem e devem atuar juntos, nas realizações das diferentes tarefas. Juliana ressalta ainda a coragem, a sensibilidade e a ternura que empenham as policiais em seu trabalho e a dedicação constante que dispensam à população de Araraquara.
O requerimento se transformou em um oficio, enviado pelo Legislativo à Polícia Militar Feminina de Araraquara, apresentando as mais efusivas congratulações da Câmara, pela comemoração da data. Quanto às comemorações pelos 30 anos da Policia feminina em Araraquara, aliás, a vereadora foi convidada a participar do almoço de confraternização das PMs femininas, que aconteceu nas dependências do Clube Náutico.
Comentando a homenagem, Juliana destacou o trabalho realizado pelas PMs, e lembrou do dia 20 de junho de 2008, data em que ela própria foi homenageada pela Polícia Militar, durante solenidade de comemoração dos 50 anos de instalação do 13º Batalhão da PM em Araraquara. “Foi uma honra para mim. Já que meu pai, Elias Damus, foi o primeiro líder político da cidade a participar ativamente da causa, e integrou o grupo que atuou no lançamento do 1º efetivo de policiais femininos de Araraquara, 21 anos atrás”, disse.
Lembrando, no entanto, que em meus três mandatos, sempre procurou dedicar boa parte de seu tempo na busca de melhores condições de trabalho para os militares. “Entendo que, agora, em 2009, quando a cidade completa 21 anos da presença das policiais femininas nas ruas, essas valorosas mulheres mereciam ser lembradas”, concluiu.