Por Hamilton G. P. Mendes
Utilizada com sucesso há mais de 100 anos no tratamento a pessoas com deficiência, a Cãoterapia não surpreende apenas pelos bons resultados, como também pelo baixo custo para ser implantada e pelo grande número de pessoas atendidas. Na região, a pioneira na implantação do tratamento foi a APAE – Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais – de Matão, mas Araraquara deve seguir, em breve, os mesmos passos.
E a iniciativa para a implantação do projeto na cidade partiu da vereadora Juliana Damus (PP), que foi informada sobre o sucesso do programa instalado na vizinha cidade.
Também no sentido de viabilizar a Cãoterapia por aqui, Juliana, acompanhada da Coordenadora de Assessoria Especial de Políticas para Pessoas com Deficiência, Eliza dos Santos Rodrigues e de representantes da Associação Pais e Amigos (APAE) de Araraquara, estiveram em Matão conhecendo o sistema.
Naquele município, financiado pela “Triângulo do Sol”, o programa Cão Terapia atende 52 crianças na APAE ao custo de pouco mais de R$ 2 mil reais. O tratamento já existe há anos na cidade, obtendo resultados em crianças, jovens e adultos portadores de paralisia cerebral e outras enfermidades.
Enquanto isso, em Araraquara, a Equoterapia, mesmo depois de anos em funcionamento, atende cerca de 15 crianças com paralisia cerebral, mas conta atualmente com mais de 80 pessoas na fila de espera. “A ideia é viabilizar a implantação do programa de Cãoterapia em Araraquara para diminuir, ou, mesmo, acabar com essa incomoda fila na cidade. O custo é realmente muito baixo e o programa pode ser instalado na APAE através do apoio da iniciativa privada”, ressaltou a vereadora.
Também no sentido de ampliar o movimento de apoio à implantação da Cãoterapia no município, o Setor de Comunicação da Câmara Municipal de Araraquara produziu um vídeo institucional durante a visita realizada na APAE de Matão. O trabalho pode ser conferido no site da http://www.camara-arq.sp.gov.br – na página Câmara na TV -, ou mesmo através link http://187.8.184.66:8000/
Histórico
Nascida em uma instituição mental inglesa ainda no ano de 1792, a Cão Terapia, ou Terapia Facilitadora com Cães (TFC) já tem larga história no tratamento de pessoas para fins psiquiátricos ou mesmo vítimas tanto de desordens mentais quanto físicas.
No Brasil o interesse pelo tratamento surgiu nos anos 90, quando foram implantados pelo país os primeiros Centros de Atendimento de Terapia Assistida por animais, fazendo com que acontecesse no ano de 2000, no Rio de Janeiro, a 9º Conferência Internacional sobre Interações Homem-Animal.
A terapia com cães, portanto, é a utilização do contato com o animal para fins terapêuticos, numa abordagem multidisciplinar buscando o crescimento psicológico e social, contribuindo para o aprimoramento psicomotor, impulsionando suas potencialidades, minimizando sua deficiência e melhorando significativamente a qualidade de vida.
Os cães utilizados nos tratamentos são selecionados a partir de avaliações específicas com profissionais habilitados dentre eles o veterinário e o adestrador ou tecnicista de animais. Após as avaliações, os cães são treinados e dessensibilizados por períodos que variam entre 4 e 12 meses. As raças sugeridas para o trabalho são: Cocker Spainel Inglês, Bichon Havanês, Pastor Alemão e Poodle Toy, dentre outros.