Por Chico de Assis
Está provado que 1 litro de óleo comestível contamina um milhão de litros de água. O despejo do produto nas residências, restaurantes, bares e lanchonetes prejudica a natureza. Indicação da vereadora Juliana Damus pode estimular programa de coleta seletiva na cidade.
A conscientização do cidadão sobre a necessidade de cuidar corretamente do meio ambiente adotando práticas saudáveis está causando uma transformação no hábito das pessoas. Uma destas mudanças é sobre a destinação correta de produtos depois de sua utilização.
No passado nossas avós e bisavós recolhiam o óleo de cozinha e produziam sabão caseiro, muito eficiente no uso doméstico e ambientalmente positivo, mesmo que elas não tivessem esta consciência. Mas a vida moderna trouxe uma variedade de produtos que facilitaram o cotidiano e mudaram os costumes.
Um novo problema surgiu a partir de então. O óleo de cozinha passou a ser descartado no ambiente, sendo despejado indiscriminadamente na pia da cozinha, indo causar problemas ambientais na natureza, além de uma série grande de outros prejuízos.
Mas, o que se apresenta como um problema pode ser uma oportunidade de aplicação de um programa que aproveite mão de obra, gere renda e ainda cuide melhor das questões ambientais, ao menos especificamente em relação ao óleo utilizado na cozinha.
Com estas finalidades, a vereadora Juliana Andrião Damus (PP), encaminhou indicação ao prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) demonstrando a necessidade da implantação de coleta seletiva de óleo e azeite de cozinha, imprestáveis para uso pessoal. A vereadora entende que o conjunto beneficiado será muito amplo. “Além da preservação do meio-ambiente, que neste caso protegerá principalmente os rios, esta coleta proporcionará um fomento econômico com a destinação do óleo para a produção de biodiesel, ração animal, sabão e fertilizantes, e ainda proporcionará economia aos cofres do Daae, com gastos decorrentes do entupimento de tubulações ocasionados pelo produto. Na rede de esgoto o produto encarece o tratamento de resíduos em até 45%”, assegura Juliana Damus.
Jogado em terrenos o óleo fica no solo, impermeabilizando-o e contribuindo com enchentes, ou entra em decomposição, soltando gás metano durante esse processo, causando mau cheiro, além de agravar o efeito estufa. Em Araraquara a estimativa é de que 60 mil litros de óleos comestíveis sejam consumidos por mês, e todo esse volume pode ser reciclado, evitando o despejo nos rios, córregos e na rede de esgotos.
Uma prática positiva muito próxima já acontece na cidade de São Carlos, onde pontos de entrega voluntária de óleo de cozinha em escolas municipais recebem o material que é encaminhado às três cooperativas de coleta seletiva da cidade para produção de sabão, e também vendido às usinas que produzem biodiesel.
A transformação de óleo de cozinha em sabão já faz parte da rotina das 15 donas de casa da ONG da Paróquia São Judas Tadeu. O grupo trabalha há 12 anos ajudando a preservar o meio ambiente. Em Porto Alegre são 126 pontos de coleta.
Outra consideração da vereadora é que a implantação do programa levará para dentro dos lares uma reflexão de proteção ao meio ambiente. “As pessoas aprenderão a prestar atenção no tema e tomar outras atitudes positivas de proteção ambiental. O benefício da prática é muito grande para todos. Isso precisa ser incentivado”, conclui a vereadora Juliana Andrião Damus.
Medidas relacionadas ao descarte de óleo de cozinha:
1. Após efetuar a fritura, espere o óleo de cozinha (usado) esfriar e guarde-o em uma garrafa PET ou outra embalagem plástica com tampa, tomando o cuidado de mantê-la limpa por fora;
2. Caso o óleo de fritura esteja muito sujo, dê uma coada e coloque os resíduos na coleta de lixo orgânico;
3. Não misture o óleo de cozinha usado, mesmo que em embalagem pet devidamente fechada, aos demais materiais recicláveis para que não os contaminem porque a gordura desvaloriza principalmente os papéis a serem reciclados;
4. Nunca jogue óleo de cozinha nos ralos e pias, pois estará prejudicando a rede de esgoto, bem como contaminando o meio ambiente;
5. Nunca jogue óleo de cozinha nos cursos d´água ou em terrenos baldios, pois estará prejudicando o meio ambiente e ainda poderá estar atraindo vetores ao terreno baldio (ratos e baratas).